quarta-feira, 28 de julho de 2010

As Rezadeiras: caiu a espinhela? procure por elas!


"Lenços giram no ar limpando o pó/ que cai agora e sempre/As Rezadeiras Rogam ao Tempo/ o Tempo e Maré não esperam por ninguém"

Rezadeiras (um poema), de Claudia Puget.

É um ambiente de fé e de luz a casa de uma rezadeira. Quem já procurou alguma para se benzer sabe do calor humano que se pode sentir ao estar diante de uma das figuras mais mágicas e singulares da cultura popular brasileira. O olhar, o acolhimento, as vibrações positivas, o sentimento de proteção, são coisas que enchem nossa alma de felicidade. Numa casa simples, na esquina ali na frente, numa casa no morro ou na baixada, em uma cidadezinha de inteiror, em uma estrada na roça, em um lugar singular é sempre possível encontrar alguém com o dom da reza e da cura. São rezadeiras, curandeiras (os), benzedeiras, rezadores, pessoas que dedicam grande parte do seu tempo para simplesmente ajudar os outros.

Mas, como bem diz o poema "Rezadeiras”, de Claudia Puget, o tempo não espera por ninguém. E, com o passar do tempo, as rezadeiras têm sido menos procuradas e, também, já não se encontram tantas rezadeiras por aí, como nos tempos da minha avó. Ou das minhas avós, já que ambas são rezadeiras.

Para falar deste tema aqui, fui à busca de conhecidas rezadeiras. Na cidade, mesmo sem nenhum registro oficial do número de pessoas que rezam, e mesmo já não tendo tantas rezadeias como antigamente - algumas já faleceram -, ainda é possível encontrar senhoras conhecidas por livrar muita gente de males que às vezes a medicina oficial desconhece. E o que não faltam são notícias de gente que só conseguiu alcançar sua graça (seja ela a cura de uma doença ou mesmo a recuperação de algum objeto perdido) por meio da bênção de uma rezadeira.

O que se reza com mais freqüência é "espinhela caída", que, segundo algumas rezadeiras, trata-se de uma dor no estômago, provocada pelo deslocamento de uma nervura, ou cartilagem, localizada na "boca do estômago" - saída do esôfago para o estômago.

Para os males, rezas e ervas medicinaisAlém da espinhela caída, os males mais comuns curados pelas rezadeias são o mal olhado, o vento virado, cobreiro, íngua, quebranto, torção muscular (destroncado), ,erisipela (vermelhão na perna, resultante de uma infecção causada pela bactéria estreptococos) e mal de simioto.

Os chás e banhos de ervas medicianais também são, muitas vezes, receitados. As ervas podem ser benzidas, o que torna sua eficácia ainda maior. Um emplasto com sumo folhas de saião com sal é tiro e queda para destroncado; também pode-se tomar o sumo da erva que age como antiinflamatório. O chá de rosa branca é ótimo para o útero e doenças relacionadas a essa parte do corpo da mulher. O chá de erva-doce é recomendado para espinhela caída e age, também, como calmante.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Literatura de Cordel


Literatura de cordel ou cartilha com rima

A literatura de cordel surgiu na metade do século 19, no Nordeste, para relatar ao sertanejo iletrado os mitos da cultura local e de fora, de forma épica, cantante e fácil de decorar por quem não sabia ler. Os poemas eram publicados em folhetos e, normalmente, ilustrados com xilogravura. Os cordelistas recitavam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também faziam leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores.

A literatura de cordel nordestina é uma manifestação da cultura popular tradicional, também chamada de folheto ou romance. Nascida no interior do nordeste, espalhou-se por todo o país, pelo processo migratório do sertanejo-nordestino. De conteúdo muito diverso, essa literatura oral que abrange inúmeras modalidades, comemorou cem anos no Brasil. O folheto é a forma tradicional de impressão. As capas, geralmente são feitas em xilogravura.

É uma difícil tarefa classificar os temas do cordel, devida à grande quantidade e variedade de assuntos abordados pelos poetas populares. Os temas envolvem histórias fantásticas, fatos jornalísticos, etc. Praticamente qualquer assunto pode virar versos nas mãos de um poeta habilidoso.

O cordel só toma vida quando dito. E que seja sempre bem dito. Falado, cantado ou interpretado, não importa. Diga um verso de cordel e comprove. É impossível ler um cordel em “voz baixa”. Solte a voz, a emoção e o corpo. A literatura de cordel foi muito vendida em feiras do interior do nordeste. Claro que o poeta deveria utilizar de muita expressão e energia para fazer com que sua história ficasse muito interessante para convencer seu público a comprar seu folheto.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Que tal uma Caipirinha?


Sabor do Nordeste...

A cachaça, aguardente de cana ou pinga é uma bebida alcoólica tipicamente brasileira. Seu nome pode ter sido originado da velha língua ibérica – cachaza – significando vinho de borra, um vinho inferior bebido em Portugal e Espanha, ou ainda, de “cachaço”, o porco, e seu feminino “cachaça”, a porca. Isso porque a carne dos porcos selvagens, encontrados nas matas do Nordeste – os chamados catitus – era muito dura e a cachaça usada para amolecê-la.

Obtida da fermentação da cana-de-açúcar e sua posterior destilação, usada como coquetel da mundialmente conhecida Caipirinha. A diferença básica entre a aguardente de cana e a cachaça está na origem da matéria-prima. Enquanto a aguardente de cana é feita diretamente a partir do destilado da cana, a cachaça é feita a partir do melaço resultante da produção do açúcar de cana.

A cana-de-açúcar, elemento básico para a obtenção, através da fermentação, de vários tipos de álcool, entre eles o etílico, é uma planta pertencente à família das gramíneas (Saccharum officinarum) originária da Ásia, onde o seu cultivo tem registro desde os tempos mais remotos da história.

Vamos lá tomar uma caipirinha. Que tal?… Um gole e um gole … outro mais… mas não exagere, porque cachaça é «água que passarinho não bebe»!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Baião-de-dois

Coisa de nordestino...
Baião-de-Dois é um prato típico da região Nordeste do Brasil, oriundo do Estado do Ceará. Consiste num preparado de arroz e feijão, de preferência o feijão verde ou feijão novo. É frequente adicionar-se carne-seca (charque).

O termo baião, que deu origem ao nome do prato, designa uma dança típica do nordeste, por sua vez derivada de uma forma de lundu, chamada "baiano".
A origem do termo ganhou popularidade com a música Baião de Dois, parceria do compositor cearense Humberto Teixeira com o "Rei do Baião", o pernambucano Luís Gonzaga, na metade do século XX.

A origem cearense do prato é atestada também pelo folclorista Câmara Cascudo, citando como referência a obra de 1940, Liceu Cearense, de Gustavo Barroso.

O baião, por ser uma mistura de dois elementos da culinária brasileira apreciados e de fácil acesso, o arroz e o feijão, é muito comum em áreas rurais do Nordeste. É possível perceber que ele é feito principalmente à noite para que seja aproveitado o restante do feijão cozido durante o dia.

Modo de preparo

Para fazê-lo, deve-se cozinhar o arroz cru em água, com feijão já cozido e demais temperos como cebola, tomate, pimentão e especiarias como o coentro. Queijo e leite costumam também ser adicionados.

Em Pernambuco, é conhecido como rubacão[carece de fontes]. No sertão nordestino, principalmente, é bastante apreciado.