quarta-feira, 26 de maio de 2010

Tradição das feiras livres resiste

Diversidades de cores nas frutas

Confecção popular

o vai e vem das pessoas


produtos em abundancia para escolha

E acontece no bairro de Primavera em Arapiraca aos domingos

No lugar do ar-condicionado e dos refrigeradores de última geração dos supermercados, bancas de madeira cobertas com lona montadas em praças ou ruas. A tradição das feiras livres que acontecem em quase todos os dias em alguns dos diversos bairros de Arapiraca resiste à modernidade e mantém sua clientela fiel.

O público das feiras é composto em sua maioria por donas-de-casa e aposentados, já que fazer compras nestes locais requer mais disponibilidade de tempo do que em supermercados. “Na feira fica tudo longe e é mais difícil encontrar os produtos. Além disso, cada feirante tem um preço, é preciso pesquisar antes de comprar”, avalia uma moradora aposentada que gasta cerca de duas horas para comprar frutas e verduras na feira do Bairro de Primavera que acontece aos domingos, onde mora. “Compro nos dois lugares; na feira e no supermercado, mas prefiro o clima informal da feira, que acaba sendo um ponto de encontro para os amigos, onde colocamos as fofocas em dia sem pressa”.

No ramo há 40 anos, um feirante que conversei revelou que sustenta nove pessoas com o dinheiro que ganha vendendo ovos, goma e carimã (massa azeda de mandioca). Ele revela ainda que a clientela das feiras vem diminuindo com o tempo, mas “ainda está dando para tirar o suficiente para viver”.

No espaço em que a feira é realizada, todas as barracas ainda não são padronizadas, na sua maioria são cobertas com lonas ou plásticos e no quesito comodidade estar bem longe de atender com conforto aquelas pessoas que pra lá se dirigem em busca da tradição que a feira livre oferece.

Podemos encontrar ainda um grande comercio de mercadorias diversas desde vestuário e utensílios domésticos, alimentação, material para o trabalho no campo, animais, ervas medicinais, móveis, ferragens, brinquedos e diversos outros materiais alguns vendidos em barracas cobertas por lonas e outros pelo chão que se espalham pelas ruas do bairro.

Quem sabe a manifestação cultural mais antiga e de maior importância de nossa região a feira livre consiga permanecer ainda por muito tempo.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O Sertão em movimento: a fé do homem nordestino

Cenas típicas vistas em toda região Nordeste - a religiosidade em evidência.
O Nordeste brasileiro, região em que os problemas sociais seculares ainda são gritantes, especialmente na faixa do semi-árido, onde o ciclo das estiagens tantos transtornos causam à sua população, se notabiliza por uma característica forte, a religião, sentimento espiritual que enche a alma do povo humilde de confiança de que virão dias melhores.

“O sertanejo é, antes de tudo, um forte.” A frase é de Euclides da Cunha, autor de “Os Sertões” (1982).

A referência é feita ao indivíduo que vive na zona do semiárido, esta compreende mais da metade do Nordeste. Contudo, sua significância se estende a todos os nordestinos, desde os litorais aos campos. São cerca de 52 mil habitantes na região que possui o maior número de estados do Brasil (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe).

Paisagens paradisíacas, patrimônios históricos da humanidade e riquezas culturais justificam o destaque nos pacotes turísticos, nacionais e internacionais, desta área que ocupa 18% do Brasil, o que representa bem o fato de ser considerado, por especialistas, “um país de contrastes”. Isto ocorre porque pobreza extrema e luxo dividem áreas de cidades como Salvador e Recife.

O entusiasmo dos nordestinos pode ser observado desde as manifestações religiosas e festivas até o enfrentamento das dificuldades impostas pela escassez de renda e pelos períodos de estiagem, no que se refere à zona rural.

Assim, quando esta força é canalizada na direção de Deus, milagres para essas pessoas tornam-se realidade.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sertão!!!!

O Sertão em movimento - Retrato da pobreza nordestina

... e o Sertão

No interior do país, nas vastas áreas do sertão, fatores históricos, sociais e econômicos, aliados às características de clima e vegetação, determinam fortes contrastes na paisagem nordestina e no nível de vida da população. Entre os aspectos de natureza físico-geográfica típicos da região, o fenômeno das secas constitui verdadeiro flagelo, responsável pelo permanente êxodo dos sertanejos.


Sertão é uma região geográfica caracterizada pela presença de clima semi-árido, vegetação de caatinga, irregularidade de chuvas, solos secos e rios intermitentes ou temporários. O sertão nordestino compreende as áreas mais secas e distantes do litoral leste do Brasil, situadas nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Apenas no Ceará e no Rio Grande do Norte o sertão chega até o litoral. O chamado Polígono das Secas totaliza 936.933km2.


O sertão do Nordeste apresenta três formações típicas:

1- amplas superfícies aplainadas, drenadas ao norte pelos rios Aracaju, Jaguaribe, Apodi e Açu, e a leste pelo São Francisco, o único rio perene da região;
2- maciços cristalinos, cujos esporões mais ocidentais são os da Borborema e das serras de Maranguape e Baturité;
3- chapadas sedimentares, como as de Ibiapaba, do Araripe e do Apodi. Apresenta clima semi-árido, com estação chuvosa no verão, mas há amplas áreas onde predomina o clima tropical chuvoso, com inverno seco. Em alguns trechos, a taxa pluviométrica anual é inferior a 500mm, sucedendo-se, às vezes, vários anos de estiagem. As prolongadas secas determinam a emigração da população pobre.


As superfícies aplainadas são, em geral, cobertas por caatingas, formação vegetal onde predominam arbustos de folhas decíduas; são também abundantes as cactáceas e as bromeliáceas. Nos brejos onde há água durante todo o ano, localizados ora em trechos altos e expostos aos ventos úmidos de sudeste, como a serra Negra, em Pernambuco, ora ao sopé das baixadas sedimentares, como o vale do Cariri, no Ceará, dominavam densas formações florestais, hoje substituídas por culturas de mandioca, cana-de-açúcar e árvores frutíferas. Nas amplas várzeas de solos aluviais, situados nos baixos cursos dos rios que deságuam na costa, proliferam densos carnaubais. Nos espaços vazios existentes praticam-se lavouras de subsistência, enquanto nos tabuleiros cria-se gado bovino.


A densidade demográfica no sertão nordestino é baixa e varia de 5 a 25 habitantes por quilômetro quadrado. Grandes propriedades aí se localizam, quase todas dedicadas à pecuária extensiva e à agricultura.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

E o sertão?

A natureza já demonstrou que é possível viver bem nessa região, desde que se estabeleça uma harmoniosa e práticas adaptadas a esse ecossistema.

Nordeste, secas e sertão

O Sertão nordestino é uma região de domínio do clima semi-árido, com vegetação de caatinga, destacando-se a pecuária extensiva de corte, com baixo rendimento.

Cultiva-se o algodão no Ceará e na Paraíba; nos vales secos dos rios é praticada a cultura de vazante. O Sertão possui significativas áreas mineradoras, tais como: Jaguarari (BA), produtora de cobre; Brumado (BA), produtora de magnesita.

A área do Polígono das Secas tem um índice pluviométrico variável de 300 a 800 mm/ano. Essa condição é agravada pela elevada média térmica, que contribui para a grande evaporação, a qual, somada à grande irregularidade na distribuição das chuvas, explica a semi-aridez da região.

A falta de chuvas regulares no Nordeste resulta de três fenômenos, segundo técnicos do INPE: a temperatura da água do Oceano Atlântico, o fenômeno El Niño, no Pacífico, e a pouca umidade atmosférica.

Segundo técnicos do INPE e cientistas da USP, a região atingida pelas secas é muito menor do que a delimitada pela Sudene. Na verdade, há uma “indústria da seca” exagerada para atrair verbas federais.

A seca no Nordeste é um problema sócio-político e não climático, pois já existe tecnologia capaz de garantir o sucesso da atividade agropecuária em regiões semi-áridas. Mas o que se criou foi uma indústria da seca que traz lucros aos grandes proprietários, em detrimento da grande massa da população.

A situação de pobreza do Nordeste é ainda agravada pela alta natalidade e pela concentração fundiária.
a falda de água é constante em alguns lugares